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Guitar music rock Rory Gallagher Rory Gallagher, ainda soa atual e energético

Rory Gallagher, ainda soa atual e energético


09 Abril de 2015 | via:combate rock

Rory Gallagher, ainda soa atual e energético



Um sobrinho curioso, revirando o espólio do tio famoso morto. Um irmão zeloso e de bom gosto, e extremamente entusiasmado com o material encontrado. O resultado é “Notes from San Francisco”, uma gravação esquecida de Rory Gallagher lançada timidamente em 2011 e que será reeditada na Europa em 2015
Guitarrista irlandês prolífico e extremamente virtuoso, Gallagher integrou o trio Taste antes de embarcar em uma fantástica carreira solo que durou até 1995, quando morreu em consequência de um malsucedido transplante de fígado.
“Notes from San Francisco” é um CD duplo de qualidade excepcional. Reúne material de uma sessão de gravação de Gallagher ocorrida em 1977 na cidade da costa oeste dos Estados Unidos. O material deveria se tornar o o álbum que seria lançado no ano seguinte, mas as gravações foram abandonadas.
Segundo declarações do próprio músico no início dos anos 90, ele não tinha ficado satisfeito com as composições e menos ainda com as gravações e mixagem das músicas. Sem entrar em detalhes, revelou a uma revista inglesa à época que houve “muitas complicações” na hora de editar e mixar o material devido a “erros na captação de vários sons”.
Encontradas por Daniel Gallagher, sobrinho de Rory, as gravações foram retrabalhadas sob supervisão de Donál Gallagher, pai de Daniel, irmão de Rory e curador do legado musical do músico.
Quem ouve o primeiro CD, dedicado a essas gravações, fica espantado com a alta qualidade do material. É evidente que o tratamento de mixagem e masterização a que as músicas foram submetidas mas, seja como for, é incompreensível que Rory Gallagher tenha ficado insatisfeito com as composições ou até mesmo com a performance de sua banda ao gravar. O material é excelente.
Já o segundo disco traz uma apresentação ao vivo na mesma San Francisco em dezembro de 1979, na boa casa noturna The Old Waldorf. O qualidade do show é impecável, no mesmo nível habitual, excelente, de suas apresentações. O destaque vai para a sequência final matadora: “Calling Card”, ”Shadow Play”, ”Bullfrog Blues ” e ”Sea Cruise”.
A questão é que, ao que tudo indica, Rory Gallagher tinha razão em abandonar as gravações de San Francisco. Sua genialidade produziu no final de 1978 “Photo-Finish”, lançado em 1979 e que rivaliza , na opinião dos fãs, com “Blueprint” (1973) e “Against the Grain” (1975) como o melhor da carreira do músico.
Rory Gallagher quase integrou os Roling Stones. A lenda diz que ele foi convidado a substituir Mick Taylor nos Rolling Stones na virada de 1974 para 1975. Keith Richards, o mestre das seis cordas da banda, estava irado com o que chamou de petulância de Taylor ao tentar “ensinar” aos outros membros como tocar.
Após a saída pouco amigável do colega, afirmou a uma revista inglesa que a banda tinha convidado Gallagher. Posteriormente, desmentiu e disse que os empresários dos Stones apenas fizeram uma sondagem. O irlandês nunca gostou de tocar no assunto. Sempre afirmou que foi apenas sondado, mas em algumas vezes disse que recebeu um convite formal de Mick Jagger.
Rory-Gallagher1
Mais pérolas
Rory Gallagher parece ter sido redescoberto por um mercado blueseiro ainda fascinado pela maestria de Joe Bonamassa, que é um discípulo do irlandês – tanto que gravou uma versão de “Cradle Rock'' em seu primeiro álbum solo. Recentemente teve seis de seus álbuns dos anos 70 relançados em edições remasterizadas e com faixas-bônus.
O pacote inclui os seis primeiros álbuns solo de Gallagher: “Rory Gallagher” (1971), “Deuce” (1971), “Live In Europe!” (1972), “Blueprint” (1973), “Tattoo” (1973) and “Irish Tour ’74” (1974). A mistura furiosa de rock e blues encantou toda a cena britânica setentista, estupefata com o virtuosismo e com a pegada pesada e marcante. Os álbuns agora reeditados representam o auge do músico em termos de performance em estúdio e nos palcos.
Os dois álbuns ao vivo são mágicos e indispensáveis para quem gosta de rock e para quem quer entender a música britânica dos anos 70. Para muitos especialistas, Gallagher foi um guitarrista excepcional e os álbuns deste pacote demonstra isso, mas ele só atingiria a maturidade como cantor e compositor em duas obras posteriores, os também excelentes “Calling Card” e “Photo-Finish”, ambos editados na segunda metade da década de 70. O segundo, inclusive, é considerado o seu melhor trabalho.
“Deuce” e “Blueprint” em nada devem aos chamados “melhores álbuns”. Mostram um artista furioso, sedento por palco e inflamado, com solos improváveis e uma velocidade de deixar Alvun Lee (Ten Years After) e Robin Trower preocupados.
Seja em músicas próprias ou versões de canções inglesas ou blues norte-americanos, Gallagher imprime a sua personalidade, em gravações propositalmente cruas, que captam a força do guitarrista e de sua banda afiada e entrosada.
As performances ao vivo foram elogiadas por gente como Ritchie Blackmore e Roger Glover, do Deep Purple, Rod Stewart e Ron Woods, dos Faces (este último herdaria a vaga nos Stones) e por Pete Townshend, do Who. Era um músico de poucos efeitos, mas de muito feeling e muita energia, com um conhecimento absurdo de timbragens e amplificadores.
Foram 16 álbuns em 30 anos de carreira, desde o surgimento do Taste, sua primeira banda profissional, em 1965, até a sua morte, em 1995, causa por uma infecção hospitalar após um malsucedido transplante de fígado – era um beberrão de primeira e alcoólatra assumido.
Quando de sua morte, a revista Rolling Stone norte-americana colheu alguns depoimentos de músicos não muito importantes na história do rock: “Rory foi um dos grandes guitarristas de todos os tempos e um grande cavalheiro, uma pessoa muito simples”, declarou Bono Vox, líder do U2, outra banda irlandesa.
Guitar , music , rock , Rory Gallagher

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