O Brasil, com sua enorme extensão territorial, com sua variada formação étnica tem, sem dúvida, uma cozinha brasileira praticada em cada um de seus Estados. Como cozinhar é antes de tudo uma ação de caráter cultural, basta olharmos um pouco da nossa História para entendermos isso melhor.
A cozinha da Amazônia, por exemplo recebeu maior influência indigena, no uso das frutas naturais da região, dos peixes de água doce da bacia amazônica, na utilização das mesmas ervas usadas pelos indios como tempero.
A culinária baiana, por sua vez, recebeu do continente africano o azeite-de-dendê, tempero básico da maior parte de seus pratos. Em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo a influência da culinária portuguesa foi grande.
As correntes migratórias alemãs e polonesas marcaram a culinária de Santa Catarina. E, em São Paulo e Rio de Janeiro foi grande a influência das colônias italianas, alemãs, japonesas, árabes e norte-americanas.
A regionalização da nossa cozinha é tão grande que os próprios brasileiros desconhecem diversos pratos que se comem aqui no País. Poucas pessoas já provaram por exemplo o Tacacá, prato tipico de Belém, a Matula Goiana, ou a Caldeirada de Manaus, feita com tucunaré (peixe da Amazônia), um tipo especial de chicória, pimenta de cheiro, coentro e farinha-d'água.
E como disse o poeta e cozinheiro Vinicius de Moraes, em sua receita poética de uma feijoada:
"Que prazer mais um copo pede/ Após ter comido tal feijão?/ Evidente uma rede/ E um gato para passar a mão..."